sábado, 9 de agosto de 2014

Apaixonados por uma Ilusão

 
Gostaria de saber porque a mentira sempre seduz e convence o coração a fugir da verdade, adiando a frustração e tornando tão doce e irresistível a ilusão.
Simplesmente nos convencemos que um belo dia a mentira que desejamos se tornará real e a verdade simplesmente deixará de existir. A verdade dói?
E alguém já morreu de dor?
“Amanhã é um novo dia e tudo vai ser diferente”
“Ele não fez por mal”
“Sei que depois que casarmos ele(a) vai mudar”
“Segunda-feira começo a dieta”
O auto-engano assola todos os níveis de QI e todas as classes sociais. Desejamos criar uma realidade paralela que nos aproxime do ideal, torcendo pra que seja real, e normalmente nos frustramos, na melhor das hipóteses com alguns arranhões e contusões na alma.
O impulso de ter aquilo que se deseja ultrapassa a sensatez de esperar para que se revele.
Não há segredos na alma que a conduta não revele.
Mas para que a revelação aconteça é preciso tempo, paciência e uma boa dose de frieza para conhecer o real e aceitá-lo antes que a paixão te cegue. Contra fatos não há argumentos.
Homens e mulheres, todos nós estamos em busca de algo.
E nessa busca precisamos estar plenos.
A plenitude traz a paciência e a serenidade necessárias para identificar o que nos faz verdadeiramente bem nos momentos mais difíceis de resistir à ilusão.
Sabe quando vemos aquele sapato dos sonhos com um preço incrível e totalmente adequado à roupa que usaremos naquela noite tão especial? … Com um detalhe; ele é 2 números menor que o seu pé.
“ Não tem problema, vai lacear, e eu vou agüentar.”
Porque nos iludimos? O benefício passageiro vale a dor e a lesão muitas vezes definitiva?
Pergunte o número antes de se apaixonar. Peça para que Deus te revele as verdades.
Ande um pouco com ele, veja se está confortável, pense, veja-o em todas as ocasiões, se possível espere um tempo e se ainda o quiser e preencher todos os requisitos, torne-o seu.
Não estou aqui apoiando o perfeccionismo ou a crítica abusiva. Muito pelo contrário. Estas coisas nos levam a maquiar o real para suprir nossas elevadas expectativas.
Simplesmente acredito que devemos parar e pensar sobre a maneira como fazemos nossas escolhas e desesperadamente procuramos preencher nosso vazio. Muitos passam uma vida aprisionada por escolhas mal feitas com conseqüências definitivas. A paixão faz isso. Desejamos desenfreadamente por algo que deveria estar dentro de nós.
Todos temos um vazio do tamanho de Deus.
E tudo que tentarmos encaixar neste vazio vai nos frustrar e o tempo que levamos nos enganando é um tempo totalmente perdido. Enquanto a vida plena tem tanto a nos oferecer. Uma vida sem amarras, sem dependências ou co-dependências, sem vícios, sem este apetite desenfreado por afeto e atenção.
A liberdade não está em ter, e sim em ser. A aventura da consciência em busca do seu próprio complemento, através da reconciliação consigo mesmo define a verdadeira liberdade.
Propor-se a descobrir a verdadeira condição de si e do próximo através de suas ações e não de suas intenções é examinar suas manifestações de forma mais fria possível, fugindo a todo determinismo interior ou exterior, tornando-se assim integralmente responsável por todas as suas ações e respectivas consequências. O ser humano é intrínseca e ontologicamente livre e ironicamente luta contra isso.Existe um mundo confeccionado para te iludir, ludibriar, alimentar suas ilusões e fortalecer a ideia de que precisamos viver em busca da felicidade, de preferência que ela caia do céu de forma milagrosa e instantânea.… Sem muito esforço, sem sacrifício.
Se pudermos compra-la, melhor ainda.
Mas a verdade disso tudo é que o sistema e a sociedade que alimenta suas doenças não prepara suas curas. Simplesmente aguarda seu triste fim e te exclui. Então porque nos preocupamos tanto com o que as pessoas pensam e esperam de nós?
A tradição e a religiosidade nos manipulam com a culpa e nos mantêm alheios à realidade, a verdade e a liberdade que nos pertencem.
Acordar de um mundo de sonhos, de uma anestesia deliciosa que nos mantém inerte é decidir agir em direção à plenitude de ser.
E começar aprendendo a dizer não aos prazeres fáceis, à paixão insensata, a fé sem base, à ilusão dos argumentos que defendem a mentira de quem na verdade não quer abrir mão do que deseja.

Primeiramente temos que ser plenos em Deus, não em ilusões. Deixar que Ele se aperfeiçoe em nos, moldando nosso caráter e expectativas. Ele nos deixará prontos  para um relacionamento racional, tendo Ele como base e foco principal.

Sem cegueiras e paixões descontroladas.... Deus abençoe seu coração.